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O apartamentoÉ um apartamento antigo (a moradora anterior ficou aqui por 19 anos) com cozinha, sala, quarto e banheiro. Ter vaso sanitário e chuveiro no mesmo ambiente é uma coisa rara por aqui. O normal é ter vaso sanitário num ambiente (sem pia junto!) e a ducha com a pia fica em outro lugar. Geralmente as duchas podem ser colocadas num suporte na parede, e aí fica igual a um chuveiro. Mas nós não temos isso aqui em casa! O que há é uma meia-banheira (tem uma profundidade de uns 50cm, mas a metade do comprimento de uma banheira comum). A gente tem de tomar banho sentado, segurando o sabonete numa mão e a ducha na outra. Quando lava os pés passa frio nas costas e assim vai! É uma ginástica! Eu, particularmente, fico até desanimada na hora do banho porque, a cada dia, fica mais difícil entrar na banheira, sair dela e, acima de tudo, ficar sentada! É um treino diário para um parto de cócoras! A promessa é de que o banheiro vai ser reformado, a banheira vai ser retirada e, no lugar, vai ser colocado um box! Isso é de comemorar realmente porque o mais comum por aqui é ter uma horrorosa cortininha plástico! Isso sim é irritante. Ela tem de ficar para dentro do lugar do banho senão alaga o banheiro (como o lugar da ducha é mais elevado e não existe ralo no banheiro, não dá pra deixar ele molhar muito), e daí, o que acontece é que ela cola na gente! Histórias para contar... A decoração do apartamento merece um parágrafo à parte. O gosto de quem a fez é bastante duvidoso. São quatro ambientes, mas com 6 papéis de parede e 5 tipos de piso diferentes. Não dá pra reclamar de tédio visual! Fora do apartamento, tem um outro ambiente chamado cave que é uma espécie de despensa no subsolo do prédio. É ótimo ter um lugar assim para colocar nossos bagulhos. Apesar da poluição visual dos revestimentos de piso e parede, cada uma das peças é bem ampla, com janelas grandes. Como estamos no primeiro andar e ao redor tem bastante espaço verde, nos sentimos quase numa casa. Essa era a nossa vista da janela no início do outono... Além disso, a região é ótima! Na frente do prédio tem uma área da prefeitura de Nantes com um campo de futebol, uma piscina, uma quadra de basquete e outras coisas. A escola do Felipe fica nos fundos do prédio. Para levar o Felipe até lá damos a volta na quadra (que é grande, por isso dá uns 8 minutos de caminhada). O médico que escolhemos fica também a duas quadras, ao lado de um pequeno centro comercial com farmácia, cabelereiro, chaveiro, caixa eletrônico, supermercado e outras lojinhas. Além desse, tem outro supermercado já em Nantes ao lado do qual tem uma agência La Poste. É o correio e também o banco em que possuímos conta. É isso aí! O correio é também um banco federal e foi o único que nos aceitou como correntistas. Os outros exigiam um monte de coisas a começar por três meses na França. Só que, sem conta em banco, não se pode fazer NADA. Nem aluguel, nem telefone, nem celular, nem Internet, nem TV a cabo, nem passe mensal de ônibus. Para qualquer contrato é absolutamente necessário ter um R.I.B. (identificação de conta no banco). Então, nossa solução foi abrir conta na Poste (ou, La Boste, como chama o Vidal, já que, como disse um colega nosso que também está aqui na França, a Poste, como banco, é um ótimo correio!). A compra dos móveisProcuramos lojas de móveis usados, mas os preços, em comparação com os novos não eram muito diferentes. Tínhamos feito uma pesquisa pela Internet antes de sairmos do Brasil e trouxemos um valor suficiente para montar a casa. Isso significou muita caminhada! Fizemos uma lista de coisas necessárias e fomos a uns 4 lugares diferentes para comparar preços. Acabamos decidindo por uma loja chamada Conforama, que é semelhante às Casas Bahia aí no Brasil. Só tem um detalhe: eles não entregam, ou melhor, entregam, mas cobram um valor para cada peça entregue. Exemplo: para entregar o sofá, que custou 215 Euros, eles cobrariam 53 euros! Impensável! O que fizemos? Alugamos um pequeno caminhão e fizemos o transporte nós mesmos... O Vidal se superou guiando o caminhãozinho pelas ruas estreitas de Nantes! Essas lojas grandes ficam na periferia, portanto, longe do lugar onde moramos. Mas não erramos (quase) nenhuma vez. Para sermos sinceros, uma vez o Vidal entrou numa contramão sem perceber... Mas o guarda que nos parou foi bastante compreensivo... Ainda bem! As multas por aqui não são nada baratas! A mudançaForam algumas viagens porque não conseguimos pegar tudo num mesmo dia. Além disso, a maioria das coisas foi comprada na Conforama, não tudo! O grande problema foi: eu não podia ajudar o Vidal a carregar as coisas, e na época não conhecíamos ninguém por aqui, portanto, não tínhamos a quem pedir ajuda!
O prédio tem um elevador que é praticamente um monta-cargas. É minúsculo! Para colocar a geladeira lá dentro, tivemos de abrir a embalagem porque, pela porta, só passava a geladeira (nem um dedinho a mais pra ajudar a empurrar...). E ela foi sozinha, subimos pela escada. Muitas coisas não cabiam no elevador, então foram pela escada também. Ainda bem que era só um lance para subir... O mais complicado foi o fogão: Alguns vizinhos passaram por nós enquanto estávamos fazendo todos esses transportes. E todos, sem exceção, nos disseram "Bonjour!" (Bom dia!). Os franceses são muito educados :) Hoje já conhecemos pessoas por aqui e a próxima mudança (se acontecer) vai ser diferente! Mas essa foi complicada. O Vidal machucou a mão direita e ainda não está 100%. No fim de uma semana, eu e ele tentamos fazer a contabilidade dos pequenos cortes nas mãos, mas desistimos. A gente ia acabar desanimando... Por fim, conseguimos colocar tudo para dentro:
O próximo passo? Limpar o apartamento, montar tudo isso e guardar todas as coisas! O resultadoForam alguns dias até limpar e deixar tudo habitável. Eu fiquei com a limpeza e o Vidal com a montagem. O Felipe se divertiu muito com a parafusadeira! Ficamos satisfeitos. O resultado final vocês podem ver a seguir. O lugar é pequeno... Mas tem um sofá-cama na sala e está aberto a quem quiser vir nos visitar...
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